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Leão XIV! – Construtor de pontes no mundo
Na última quinta-feira, milhões de olhos estavam voltados para a fachada da Basílica de São Pedro, em Roma. A fumaça branca tinha acabado de subir da chaminé da Capela Sistina e pessoas de todo o mundo assistiam, ao vivo ou através de uma tela, as cortinas atrás das quais o novo papa estava de pé. Acima da varanda de onde os papas dão sua bênção, lemos a abreviação “Pont. Max.” para Pontifex Maximus. Este é um título antigo que remonta à época dos imperadores romanos. O Papa Leão Magno foi um dos primeiros papas a adotar esse título de pontífice, que significa “construtor de pontes”. O antigo título, que o imperador romano tinha originalmente criado, é sinal da missão do sucessor de Pedro: conectar as pessoas com Deus e Deus com as pessoas. O Papa como artesão de relações, como construtor de pontes entre o céu e a terra.
“A paz esteja com todos vocês!”
Com estas palavras, o recém-eleito papa, Robert Francis Cardeal Prevost, iniciou o seu papado. Ele escolheu ser chamado Leão XIV, talvez uma referência àquele outro grande construtor de pontes da história, o Papa Leão I, que é justamente chamado de “Magno”. O Papa Leão I provou ser um pacificador e construtor de pontes em muitos aspectos em um momento de conflito dentro da Igreja. No entanto, ele tirou a sua força do testemunho do Ressuscitado, Jesus Cristo, que, com sua morte e ressurreição, construiu a maior ponte imaginável em toda a história: a ponte entre Deus e o ser humano. Além disso, Jesus não era apenas a ponte, mas unia em sua pessoa a plenitude da Divindade e a humanidade perfeita.
Precisamente esta unidade foi posta à prova no tempo do Papa Leão Magno. Como alguém pode ser Deus e homem ao mesmo tempo? Um semideus? Um híbrido? Enquanto os bispos de Calcedônia ponderavam sobre essa questão, o Papa Leão escrevia uma carta a Flávio, seu irmão episcopal e colega em Constantinopla. Nela, Leão I explicava que a humanidade e a divindade de Cristo permanecem juntas “indivisas e não misturadas” (veja a questão n. 77 do YOUCAT ). A carta foi lida na assembleia dos bispos. “Por meio de Leão, Pedro falou”, exclamaram os bispos. A unidade da Igreja e a paz foram restauradas. O Papa Leão construiu pontes. Assim como o primeiro Leão, também o nosso Papa quer construir pontes em Cristo: “Cristo precede-nos. O mundo precisa de sua luz. A humanidade precisa dele como uma ponte para Deus e seu amor”. Não é sem razão que seu lema como cardeal são as palavras de Santo Agostinho: “In Illo uno unum” (Nele [Cristo] somos um), retiradas de um sermão sobre o Salmo 127, onde Agostinho explica que “embora nós cristãos sejamos muitos, no único Cristo somos um”.
Enxadas e foices
“Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmante; paz desarmante, humilde e perseverante. Vem de Deus, de Deus que ama a todos incondicionalmente”. A paz de Cristo é uma força que vence as guerras. Talvez este seja também um aceno ao Papa Leão I, que confrontou Átila, rei dos hunos, a cavalo, sem medo, quando este quis destruir a cidade de Roma com seu exército. Suas palavras trouxeram paz e persuadiram o temido conquistador a deixar a península. O amor de Deus é o fogo que “transforma as espadas em enxadas, e as lanças em foices” (cf. Is 2,4).
Enxadas e foices são mais do que simples ferramentas agrícolas: são símbolos de uma revolução violenta. A revolução contra as fissuras que atravessam nossa sociedade: entre ricos e pobres, poderosos e impotentes, perpetradores e vítimas. A revolução da Igreja, no entanto, não é de ódio, mas de amor: não contra os ricos, mas a favor dos marginalizados. Como bispo no Peru, o Papa Leão XIV experimentou essas tensões em primeira mão: não apenas observando-as, mas sofrendo com elas. O coração do bom pastor bate dentro dele: um coração para os pobres, para os esquecidos, para os marginalizados. Por isso, ele nos convoca: “A todos vós, irmãos e irmãs de Roma, da Itália, de todo o mundo: queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, uma Igreja que procura sempre a paz, que procura sempre a caridade, que procura sempre estar próxima, sobretudo dos que sofrem”. Como seu xará, seu coração bate pela situação social das pessoas. O Papa Leão XIII foi o primeiro papa a falar em nome dos trabalhadores explorados no final do século 19. Com sua encíclica “Rerum novarum” (“Das coisas novas”, referindo-se às convulsões sociais do seu tempo), em 1891, ele lançou as bases para o que hoje chamamos de Doutrina Social da Igreja: um ensinamento sobre o trabalho, a justiça e o compromisso político dos cristãos. O DOCAT oferece uma ótima visão geral desse compromisso ético-social da Igreja – de Leão XIII a Francisco (e quem sabe em breve Leão XIV também 😉).
Mãe Maria
No final de seu discurso, o Papa Leão XIV mais uma vez nos deu um sonante eco de seu antecessor homônimo.
Leão XIII era um grande admirador de Maria. Ele dedicou diversas encíclicas ao rosário. Nenhum discurso ou carta sua deixava de ter um olhar para Maria, a mãe de Jesus.
E assim, esse dia também terminou com uma nota mariana:
Hoje é o dia da Súplica a Nossa Senhora do Rosário de Pompeia. A nossa Mãe, Maria, quer sempre caminhar conosco, estar perto, ajudar-nos com a sua intercessão e o seu amor. Gostaria, por isso, de rezar convosco. Rezemos juntos por esta nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo e peçamos a Maria, nossa Mãe, esta graça especial: Ave Maria...”
Caro Papa Leão XIV,
juntamente convosco, olhamos para Maria e imploramos a sua materna proteção para o vosso novo múnus de construtor de pontes da Igreja universal. Damos as boas-vindas a você de todo o coração como nosso novo pastor!
Sua missão é grande. Assim é sua responsabilidade. Mas você não está sozinho. Rezamos para que o Espírito Santo lhe guie, fortaleça e acompanhe. E nós prometemos a você hoje:
- Vamos acompanhá-lo com nossas orações.
- Continuaremos a trabalhar com coração missionário pelos jovens deste mundo.
- Permaneceremos fiéis a você na proclamação de Cristo – nossa ponte para o Pai e para todas as pessoas.

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