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Credopedia Reencarnação ou salvação através de Cristo?

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Reencarnação ou salvação através de Cristo?

O Tiago pergunta: A reencarnação é real?

Ao passo que o hinduismo, o budismo e alguns movimentos esotéricos olham para a reencarnação como o caminho para a autoredenção, o Cristianismo centra-se na salvação através da morte e ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, as ideias de reencarnação e do esoterismo são cada vez mais atrativas, inclusivamente para os cristãos de todo o mundo. Mas porque é que isto é assim? Jesus foi muito claro: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 16). Mas acreditamos realmente nisto?

minutos de leitura | Stani Mičkovicová

Reencarnação e karma: dois conceitos espirituais distintos

A doutrina da reencarnação não é um conceito uniforme, abarca uma variedade enorme de ensinamentos que podem diferir na sua expressão e interpretação. No budismo, por exemplo, a reencarnação é entendida como um caminho para alcançar o nirvana, um estado de total libertação e paz. Noutros movimentos esotéricos, a reencarnação é vista como um processo contínuo de desenvolvimento espiritual. Neste caso, a reencarnação não é tida como um caminho para a dissolução do nirvana, mas sim como uma oportunidade para aprender coisas novas em cada vida e para promover o crescimento espiritual.

Segundo a ideia de reencarnação, o ser humano torna-se, em certo sentido, no seu próprio “salvador”. Através das várias reencarnações, a pessoa purifica-se a si mesma até alcançar um estado de “perfeição”.

A maioria das doutrinas tradicionais da reencarnação estão estreitamente ligadas ao conceito de karma, segundo o qual o ser humano nasce com as consequências dos seus pensamentos e acções de vidas anteriores. O objetivo do ser humano é amortizar o seu “mau karma”, a fim de alcançar a salvação.

A mensagem cristã não conhece o karma. O ser humano não se pode redimir a si próprio, podendo, no entanto, receber essa salvação de Jesus Cristo.

No cristianismo (não) existe o renascimento

A mensagem essencial do cristianismo é a de que o ser humanos é redimido única e exclusivamente pelo amor de Jesus Cristo e pelo seu sacrifício na Cruz. A salvação é, portanto, uma Graça imerecida que Deus dá a cada pessoa, e que não pode ser ganha pelo próprio esforço nem pela acumulação de “bom karma”.

O conceito de karma é fundamentalmente incompatível com a graça e o perdão católicos. É através desta graça e deste perdão dos pecados que Deus oferece ao ser humano um novo começo aqui na Terra e, neste sentido, um “renascimento”, uma “renovação”. (cf. Jo 3, 3)

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina: “A morte é o fim da peregrinação terrena do Homem, do tempo da graça e da misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida terrena segundo o plano divino e para decidir o seu destino último. Quando acabar «a nossa vida sobre a Terra, que é só uma» (LG 48), não voltaremos a outras vidas terrestres. «Os homens morrem uma só vez» (He 9, 27). Não existe «reencarnação» depois da morte.” (CIC 1013)

Deus fez-se Homem, para que o Homem se fizesse divino

Cada ser humano, como imagem do próprio Deus, desempenha um papel específico na criação. Este papel é único, irrepetível e intransferível. Até mesmo depois da morte, o ser humano não se pode desfazer deste papel. Não há nenhum regresso a uma forma física, nem uma nova vida terrena. Cada pessoa tem apenas uma vida, na qual se prepara para a eternidade. É esta singularidade que convida o ser humano a dar valor à vida: à sua e à dos outros.

O valor incomparável da vida humana faz-se especialmente visível através da encarnação de Deus. Jesus, que é Deus feito Homem, viveu todas as fases da existência humana, desde a concepção até à morte. A encarnação de Deus revela a grandeza da vocação de cada ser humano. O nosso destino é a santidade e a divindade. “Mas sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos como Ele é.” (1 Jo 3,2)

O Céu começa na Terra

No Céu encontraremos o cumprimento total do nosso desejo mais profundo, seja ele consciente ou inconsciente. Conheceremos Deus, tal como Ele é. E será essa a nossa felicidade eterna! “Nós somos cidadãos do Céu”, diz o apóstolo Paulo, “e de lá esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará o nosso corpo miserável, tornando-o conforme ao Seu corpo glorioso (...)” (Fil 3, 20)

Não precisamos de viajar para longe para conhecermos Deus. Como cristãos, podemos redescobrir a nossa fé, aprofundá-la e torná-la presente no nosso dia-a-dia. Cristo diz “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (Jo 14, 6) Ele quer seu o teu caminho, a tua verdade e tua vida!

Através dos sacramentos, Ele está contigo para te fortalecer e acompanhar no teu caminho de Fé. Ele está tão perto de nós, que nos tornamos numa só carne quando O recebemos na Santa Eucaristia. Ele é a fonte da tua força! Não é preciso procurá-lo fora, olha para a Cruz onde o teu redentor deu a vida por ti. Aceita a sua graça para que o teu Céu comece já aqui na Terra!

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